quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

MINISTÉRIO DE ASSESSORIA

MINISTÉRIO DE ASSESSORIA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES.

Desde do dia 15 de novembro, quando os coordenadores eleitos da PJ Arquidiocesana designaram a mim e ao meu amigo e irmão em Cristo, Eudes Inácio, a exercer o Ministério da Assessoria, que eu venho me preparando formamente e espiritualmente para exercer esta importante missão, tão esquecida pelos atuais grupos de jovens. Por isso, resolvi tecer alguns comentários desta missão.

Antes de mais nada, devemos lembrar que por trata-se de um ministério, a assessoria é um serviço. Logo, em hipótese alguma, quem for chamado por Deus a assessorar um grupo de jovem jamais deve se achar melhor ou superior a ninguém. Muito pelo contrário. O assessor deve seguir o exemplo do Assessor dos assessores, Jesus Cristo, e ser humilde e prestativo. Prepotência, arrogância e se achar o dono da verdade, o sabe-tudo, são defeitos totalmente dispensáveis a quem se sentir chamado a exercer qualquer ministério da Igreja.

Quem deve exercer este Ministério?

Na verdade, são todos homens e mulheres de boa vontade, de oração, conhecedores da Palavra e da doutrina da Igreja e de vivência da Palavra de Deus e dos Sacramentos da Igreja. É inaceitável um assessor que, por exemplo, que seja a favor do aborto ou que sequer participe da Santa Missa Dominical. O assessor deve lembrar que o testemunho de vida é essencial para exercer um bom ministério.

Além destes requisitos, o assessor deve ter o que eu chamo de óbvio: amor pela juventude. Se falta alguns destes, acredito e atesto que jamais deve assessorar um grupo de jovens. Na sociedade pós-moderna que vivemos, onde existem milhares de atrativos aos jovens, eles devem ser conquistados. E a última coisa que um jovem deseja é ter alguém mandão, grosso, sem nenhum trato e vocação para lidar com ele, na Igreja.

Em via de regra, o primeiro assessor e diretor espiritual da juventude é o Bispo e o pároco. Mas, devido a imensa missão que nossos sacerdotes possuem, religiosos e religiosas, leigos (catequistas, casais, jovens com bastante experiência de caminhada, Ministros Extraordinários da Comunhão, etc.), seminaristas, diáconos, entre outros são chamados por Deus a exercer a assessoria. A equipe arquidiocesana das Pastorais da Juventude, e dos movimentos juvenis exercem também este ministério. Porém, devido a demanda (no caso da nossa Arquidiocese de Maceió são mais de 70 Paróquias distribuídas em Maceió e mais 36 cidades), a assessoria das equipes arquidiocesanas fica muito limitada, praticamente nulas. O ideal é que cada Paróquia tenha no mínimo um assessor para está ao lado dos grupos e movimentos juvenis que lá atuam.

Algo importantíssimo devemos salientar é o papel de coadjuvante do jovem. A evangelização da juventude tem como único e exclusivo protagonista o próprio jovem. Em hipótese alguma, o assessor deve assumir o papel que é destinado por Deus ao jovem.

Em minhas andanças pela nossa Arquidiocese sou testemunha das consequências trágicas de pessoas de boa vontade que exerceram pessimamente e sem nenhum preparo este importante ministério. Vi juventude de Paróquias inteiras desaparecer, em virtude do término de um estágio pastoral de seminaristas, que errôneamente, chamaram a responsabilidade da evangelização da juventude apenas para si próprios e não se preocuparam em promover o protagonismo do jovem, reduzindo-o a mero cumpridor de suas ordens. Também testemunho irmãos e irmãs religiosas que fazem o mesmo, que se acham donas do grupo ou movimento juvenil, blidando-os, sequer deixando nós da PJ Arquidiocesana, ter contato com os jovens, impedindo-nos de exercer a missão que Deus nos confiou.

Vejo também assessores de boa vontade que ao invés de exercerem o seu Ministério, simplesmente por ignorância da sua missão, assumem o papel de coordenadores do Grupo de Jovens. Também nos deparamos com jovens-adultos, que são coordenadores vitalícios, impedindo o crescimento dos membros do seu grupo e o surgimento de novas lideranças. Por mais que tenham simpatiam pelos jovens e alguns sejam (como no caso dos seminaristas, casais, religiosos e religiosas), devem ter consciência da sua real missão, e que o protagonismo da evangelização juvenil é o próprio jovem.

A evangelização é um processo contínuo, portanto, precisar haver renovação. E o assessor deve ter consciência desta realidade e ajudar a coordenação do grupo a promover e despertar novas lideranças.


Recentemente, uma péssima forma de exercer assessoria, é de alguns membros de Comunidade de Vida, que simplesmente são meros recrutadores para as suas respectivas Comunidades. Esta prática bem intencionada, mas totalmente equívocada, tem como trágica consequência a extinção de grupos inteiros de jovens. Boa parte da juventude paroquial entrou em crise, em virtude da saída dos seus jovens para exercerem seus dons apenas no mundinho das Comunidades.

Mas nem só de péssimos assessores a Igreja é feita. Existem milhares de pessoas, leigas e religiosas, que Em nossa Arquidiocese, graças a Deus, vários são os seminaristas, casais, catequistas, membros de Comunidade de Vida, religiosos e religiosas, jovens-adultos, que exercem Divinamente este lindo ministério e deixam frutos nos Grupos e Movimentos Juvenis que assessoraram.

O Ministério de Assessoria é um impulso e segurança ao jovem, para despertar e exercer suas próprias capacidades. O assessor deve aconselhar, orientar, corrigir e elogiar o jovem, manter a harmonia entre os coordenadores entre si e com os demais membros do grupo, despertar os seus dons, carismas, criatividade, senso crítico e consciência de suas pontencialidades, auxiliar na sua formação integral, e ser amigo dos jovens, que muitas vezes não encontram acolhida e amor na Igreja e até mesmo dentro de seus próprios lares.

Em síntese, o assessor deve mostrar a direção para Cristo, Caminho, Verdade e Vida, mas quem deve trilhar O Caminho, Único e Verdadeiro, é o próprio jovem. Assessorar acima de tudo é cuidar e zelar para que o jovem trilhe corretamente O Caminho e com o seu testemunho fiel e autêntico, possa ser instrumento de Deus para tocar outros jovens a fazerem o mesmo.

Peçamos a Deus que envie mais assessores ungidos para a nossa juventude, que mesmo sendo opção preferencial da Igreja, tanto carece de atenção, carinho e cuidados.

Rick Pinheiro.
Assessor Arquidiocesano da Pastoral da Juventude, a partir de 01 de Janeiro de 2011.
0 comentários