segunda-feira, 8 de setembro de 2008

DNJ 2008 - QUEREMOS PAUTAR AS RAZÕES DO NOSSO VIVER.

Queremos pautar as razões do nosso viver

O Dia Nacional da Juventude (DNJ) é celebrado há 23 anos, com momentos fortes da vida juvenil: encontrões, manifestações, missões, apresentações culturais... Nesse ano, desejamos dar continuidade ao ciclo de debates iniciado com a Campanha da Fraternidade e com o centenário de nascimento de Dom Helder Câmara. Sua profecia inspirou o eixo das atividades permanentes da PJB: “Temos mil razões para viver!”.

O tema do DNJ desse ano é a “Juventude e os Meios de Comunicação” e o lema é “Queremos pautar as razões do nosso viver!”. É nesse momento, também, que queremos denunciar toda a visão equivocada sobre a juventude e colocar na pauta de discussões da mídia, da sociedade e da Igreja, a verdadeira realidade, anunciar os sonhos e todas as razões do nosso viver: justiça, vida digna, liberdade, paz, amor para todos e todas.

Os subsídios ajudam

Com os materiais que foram elaborados, queremos pensar a mídia como ferramenta que gera a vida e ao mesmo tempo como nós somos instrumentos de comunicação para os outros e as outras. Algumas questões que foram pensadas para o subsídio de preparação ao DNJ podem nos ajudar a refletir, dialogar, fazer diferente:

• Qual a importância da comunicação em nossa vida? Como ela influencia nossos relacionamentos? Que meios usamos para nos comunicar, expor nossas idéias, mostrar quem somos? A forma como os jovens são apresentados nos meios de comunicação é verdadeira?

• Que inspiração nos dá o lema “queremos pautar as razões do nosso viver”?

Precisamos compreender que a juventude não é produto e nem o consumidor em ênfase. Queremos que a juventude seja protagonista, que ela produza comunicação, que ela se encante pela vida, que saiba utilizar os meios de comunicação para, com democracia, mostrar suas idéias, sua cara, seus projetos, sua visão de mundo... É momento de pautar a esperança, a disponibilidade de construir uma nova sociedade, onde todos tenham seu espaço reconhecido e legitimado.

Se conhecem jovens que produzem sua própria comunicação, seja em rádio comunitária, jornal da escola, linguagens artísticas, façam contato com eles e partilhem suas experiências, façam parcerias.

No material do DNJ há uma discussão interessante sobre a Educomunicação. Vou reproduzi-la aqui para que vocês possam identificar pistas de trabalho com os jovens do seu grupo, da sua turma de escola, da sua organização juvenil.

O que é Educomunicação?

Segundo Verônica Rezende, “educação e comunicação nunca estiveram tão próximos”. A Educomunicação surge visando à aproximação entre os profissionais de ambos os campos (educação e comunicação), buscando a formação para a cidadania e a abertura de espaço, na mídia, para a expressão dos jovens.

Essa nova área, surgida na Universidade de São Paulo, que conta com curso de pós-graduação, é direcionada ou a profissionais de comunicação que se preocupam com a educação, ou a educadores que refletem sobre a influência da mídia na formação especialmente dos jovens para o exercício da cidadania”.

O professor Ismar de Oliveira Soares exemplifica: “Quando temos notícia de que grupos de adolescentes, numa escola da periferia de uma grande cidade como São Paulo, trabalhando de forma colaborativa em torno de um computador, planejando o jornal da escola ou criando seus web-rádios. Consideramos como educomunicativa, também, a proposta de um jornal, de uma revista ou de uma emissora de TV de dedicar espaço específico e tempo para a área da educação, colaborando com os educadores na divulgação de ações que tenham como eixo central a participação dos membros das comunidades em ações voltadas para a ampliação das formas de expressão, para o fortalecimento da auto-estima dos jovens e para práticas de cidadania”.

Raquel Pulita,
integrante da ONG Trilha Cidadã, da Comissão Nacional de Assessores(as) da PJ e da Comissão Colegiada de Assessoria do Setor Juventude da CNBB.Endereço eletrônico:
rpulita@terra.com.br
Artigo publicado na revista Mundo Jovem, edição 391, outubro de 2008, página 2.
Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/subsidios-grupo_jovens-15.php

A REUNIÃO DO GRUPO DE JOVENS

A Reunião
A reunião é o momento importante da vida do grupo. É no processo de reunião que o grupo nasce, cresce e amadurece. É o lugar do encontro das pessoas para partilha da vida, para comungar a mística cristã, para assumir como sujeitos de aprendizagem no processo a ser vivido na dinâmica interna do grupo e atitudes e posturas frente à realidade, motivado pela mística cristã.
Aqui apresentamos alguns pilares que ajudam a criar a dinâmica da formação sistemática para um rito semanal ou quinzenal da reunião. Os ritos são importantes para manter o grupo.
1. Acolhida - Dê atenção especial para a chegada das pessoas, os cumprimentos a cada um/a, ajudam a criar um clima de confiança e intimidade. A preparação do local com antecedência, de modo a comunicar o tema, é algo que ajuda o grupo a concentrar. Um canto, ligado ao tema, uma saudação alegre. A pessoa que anima diz algumas palavras que sintetizem o objetivo do encontro/reunião para que todos/as vão se apropriando do tema.
2. Relembrando o encontro anterior - É o lugar da memória do grupo. Lembrar os pontos mais importantes que foram tratados, lembrar as decisões tomadas e cobrar as atividades que foram distribuídas entre os membros do grupo.
3. Olhando a nossa realidade - Considerar que a reunião parte da vida concreta dos jovens, situar no ambiente onde vive (escola, bairro, zona rural, indígena, ribeirinha, universidade e as demais situações que vêm os jovens). É o momento de perceber, ou “tirar a trave do olho”.
a. Técnica/exercício - A tarefa deste momento e provocar um tema, um conteúdo a partir de uma dinâmica em que todos/as o(a)s participantes possam ser envolvidos.
b. Aprofundando o resultado da ténica/exercício - o primeiro momento é dedicado a escutar os sentimentos vividos e o segundo momento o que aprendemos com o exercício vivido? Importante anotar as descobertas feitas a partir do tema trabalhado.
4. Confronto com a vida de Jesus/Palavra de Deus
a. É um momento de estudo e depois de confronto das atitudes de Jesus diante de um fato semelhante ao vivido pelo jovem. A iluminação bíblica ajuda para assumir em sua vida a mística cristã, os valores evangélicos.
b. Não é uma tarefa fácil. É preciso uma pesquisa anterior sobre o texto lido, ou algumas indicações que ajudem a aprofundar e a estudar o texto sugerido.
5. Assumindo o compromisso com a vida nova - Considerar o caminho percorrido dos/as participantes, propor atitudes a serem cultivadas no grupo e como grupo na semana. Tratar de ver a realidade, perceber nela os apelos de Jesus e do seu Reino para assumir uma atitude nova, cristã. Ir construindo seu Projeto de Vida pessoal em sintonia com o Projeto de Jesus.
a. É o momento de tomar postura frente à realidade como grupo. Considerar desde atitudes pessoais e ações grupais.
6. Celebrar a vida - oração - Celebrar o que foi descoberto, experimentado torna-se oração. É o momento de contemplação do Amor de Deus para com a humanidade. Este momento não pode ser um ato mecânico de rezar um Pai Nosso e uma Ave Maria. Despertar o gosto pela oração. Não ser longa. Ser criativa.
7. Avaliar - rever a renião - Perceber com o grupo se o objetivo foi alcançado, retomar como grupo as ações assumidas e não assumidas na vida das pessoas e perceber outros recursos para ajudar a tornar a reunião sempre mais agradável.8. Preparar o próximo encontro - É o momento de recordar o grupo o plano do grupo para o mês, distribuir as tarefas, informar sobre a vida da comunidade mais ampla e outras informações e despedidas.
Fonte: Adaptação do Roteiro de Como Iniciar um grupo de jovens, volume 1 CAJU.

AS TRIBOS URBANAS

As tribos urbanas

Rodeadas de códigos e normas, estudadas por sociólogos e psicólogos, mal entendidas por muitos, crescendo e se multiplicando, mudando hábitos, costumes e práticas sociais, aí estão as tribos urbanas que podem ser caracterizadas como um fenômeno juvenil dos grandes centros e que, dia após dia, ampliam sua atuação e aumentam seus adeptos. Do que se trata?

Estamos acostumados a ver jovens “normais” em nossas comunidades e/ou cidades. O máximo do diferente é alguém com um corte de cabelo não comum, ou com uma calça jeans toda rasgada, ou ainda, jovens com roupa de cor exótica e cheios de correntes, pulseiras, botons, anéis etc. Isso não parece preocupar. No máximo, causa espanto e é motivo de gozação.

Porém, por enquanto, essa atitude é característica de nossas cidades pequenas. Nos grandes centros urbanos (e o mundo se urbaniza cada vez mais), o diferente já se organiza, tem normas, leis, códigos, adeptos...

Cedo ou tarde este fenômeno da juventude moderna chegará até nós. É importante que conheçamos as razões de tal fenômeno para sabermos agir diante dele.

Punks, Skinheads, Rappers, White Powers, Clubbers, Grunges, Góticos, Drag Queens. Estes são apenas alguns grupamentos juvenis, chamados pelos sociólogos de “tribos urbanas”, encontrados diariamente nos grandes centros. As “drag queens”, tipo atualmente em destaque na mídia e considerado o mais exótico, são na verdade homens vestidos de mulher. Duas diferenças básicas as diferenciam dos travestis: não se prostituem nem modelam seus corpos com silicone ou hormônios. Ser drag significa dar vida a um personagem. Eles se preocupam com a moda, possuem uma linguagem específica e brincalhona, são irreverentes e pareciam os gêneros musicais contemporâneos. Podemos dizer que esse jeito, toda essa brincadeira, essa festa, característica das Drag Queens, vem como uma resposta a uma série de dificuldades sociais importantes.

Os Grunges, filhos legítimos da recessão mundial, nasceram em Seatle, nos Estados Unidos, e são caracterizados pela sua indumentária: bermudão abaixo dos joelhos, tênis sujos, barbichas, calças rasgadas etc. Eles transformaram o desleixo numa provocação aos “mauricinhos” e “patricinhas” (filhos de papai).

Ainda existem outros, como os Rockabillies, que amam o rock dos anos 50 e usam enormes topetes; os góticos, que cultuam as sombras e adoram poesias românticas, além dos hippies, rastafaris, metaleiros etc.

Há também as tribos pós-punk que são as mais temidas devido à sua agressividade. Entre elas estão os Carecas (skinhead brasileiro) e os White Powers (Podes dos Brancos). Ambas as trios são racistas, têm tendências nazistas e detestam homossexuais. Atualmente os punks não são encontrados com facilidade, mas ainda existem alguns grupos.

A origem de todas essas manifestações parece ser a contestação. A violência, a apatia, desleixo, a festa e a anarquia são as formas de contestação do mundo pós-moderno, dizem os sociólogos.Sentimento de vazio

Ao analisarmos, perguntávamos o que tem por trás desse estilo de vida? Olhando a história, percebemos que muitas manifestações de repúdio e revolta com os padrões dominantes se deram de uma forma muito semelhante a esta, os Hippies, por exemplo.

Porém ficaram outras duas questões:

- Este fenômeno é um modismo, simplesmente?

- E estes jovens são assim para si ou para os outros, isto é, vestem-se e agem assim por convicção ou são assim para serem vistos e notados numa cidade/sociedade onde o anonimato é o maior medo?

Acredito que a morte da identidade pessoal promovida pela sociedade moderna e seus aparatos, não é o fim, ainda há, na alma do jovem, a capacidade de resistir a e contestar, mesmo que à margem do normal, na contra-mão da sociedade.

Acredito que o sentimento de vazio e de descontentamento vivido pelo jovem de hoje pode levar a uma resistência diante do mundo opressor, massificador e despersonalizador.

Acredito na pluralidade de opções e de estilos de vida, desde que acima de tudo esteja a vida, a liberdade, a felicidade, a construção (ou re-construção) da pessoa, não importa se ela esteja de calça azul-marinho e camisa branca ou com um macacão cor-de-abóbora da cabeça aos pés.

QUESTÕES PARA DEBATE

1 - Quais são as tribos juvenis que conhecemos?

2 - Quantas são atuantes em nossa cidade?

3 - Como se comporta cada tribo?

4 - O que explica esse comportamento “estranho” das tribos juvenis?


Pe. Adilson Schio,
Artigo publicado na revista Mundo Jovem, edição 263, agosto de 1995, página 6.
Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/subsidios-grupo_jovens-03.php

O JOVEM CRESCE NO GRUPO

O Jovem cresce no grupo

Além de amor e da opção pelos jovens, expressos em documentos da Igreja latino-americana, é necessário saber como convocar, reunir e o que fazer para que o grupo de jovens caminhe. O que presupõe um jeito de trabalhar as várias etapas pelas quais passam os jovens e, que não podem ser queimadas. O ponto de partida são as necessidades sentidas no contato com a realidade.

O eixo da Pastoral da Juventude (PJ) são os pequenos grupos de base. Estes grupos que criam laços, confrontam a vida com o evangelho e formam lideranças jovens para o engajamento na Igreja e na sociedade.

Esta foi a metodologia usada pelo próprio Jesus Cristo. Não deixando de trabalhar com a multidão, ele dedicou-se à formação dos discípulos, especialmente dos doze.Pequenos grupos O grupo de base (oito a 20 participantes) proporciona uma melhor participação, amizade e partilha de vida, incentiva o trabalho de cada um e favorece a formação integral do jovem. A formação acontece através de todas as atividades: trabalho, namoro, festa, estudo. Tudo tem que andar junto, contribuindo para o jovem crescer e ser feliz.

No grupo, há momentos em que os jovens gostam de falar de si, de sua família, do trabalho, da escola, do lazer. Depois já estão preocupados com a comunidade e seus problemas, no compromisso com a mudança da sociedade. Por isso, uma formação integral apresenta a necessidade de uma pedagogia que engloba a vida toda do jovem, que atenda:

- a dimensão afetiva, ajudando a ser pessoa;

- a dimensão social; integrando o jovem no grupo e na comunidade;

- a dimensão espiritual, ajudando a crescer na fé;

- a dimensão política, desenvolvendo o senso crítico e ajudando a tornar-se sujeito transformador da história;

- a dimensão técnica, capacitando para a liderança, planejamento e organização participativos.

Etapas a percorrer

Para chegar a uma formação integral há que se percorrer etapas, dar passos numa caminhada que acontece no grupo e fora dele.

A primeira etapa é a “infância do grupo”. É a descoberta da própria situação e das relações entre as pessoas.

O grupo amadurece um pouco e chega à “adolescência”. Começa a olhar para fora e realiza a descoberta da comunidade, dos problemas sociais e da importância da organização.

A “juventude” do grupo acontece quando, aprofundando sua ação e reflexão, o jovem realiza a descoberta da sociedade e da dimensão política e social da fé, comprometendo-se com a transformação da sociedade.

A formação integral, educação na fé, é um processo que se desenvolve através da formação na ação. A própria ação deve criar a necessidade da busca de conteúdo.

O desafio está em construir uma pastoral de pequenos grupos e, ao mesmo tempo, a necessidade de momentos/encontros de massa, importantes na motivação, animação dos jovens e nucleação de novos grupos. A PJ não tem a pretensão de atingir todo mundo, mas quer ser fundamento de uma proposta de vida e esperança para os jovens.

É importante que os grupos de uma mesma paróquia, as paróquias de uma mesma área, as áreas de uma mesma diocese, as dioceses de um mesmo regional se encontrem para crescer juntos e construir uma Pastoral da Juventude organizada e ser testemunho de um novo jeito de viver e expressar a nossa fé.


QUESTÕES PARA DEBATE

1 - O que é preciso ser feito para começar bem um grupo de jovens?

2 - Quantos participantes deve ter um grupo para funcionar bem?

3 - Que pedagogia é adequada para quem trabalha com grupo de jovens? O que é precisa levar em conta?

4 - Para que servem os grupos de jovens? Os grupos são um espaço legal para os jovens?


Rui Antonio de Souza,
Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 250, abril de 1994, página 11.
Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/subsidios-grupo_jovens-04.php

A FORMAÇÃO DO GRUPO DE JOVENS

A formação do grupo de jovens

A educação na fé é um processo. Ter consciência do processo em suas diferentes dimensões e etapas, é uma necessidade para todos que desejam organizar grupos de jovens, para a evangelização das juventudes. O jovem que ingressa no grupo pode percorrer estas etapas:

Nucleação

É ponto de partida do jovem no grupo. A conquista e o processo de cativar. O que o nucleado deseja? É alguém que deseja descobrir os valores e os dons que possui. Quer que quem o convida, o valoriza e que o grupo ao qual é convidado seja amigo, onde possa sentir-se livre e possa expressar seus anseios e desejos. Ele quer ser valorizado pelo nome e pela sua história. Assuntos importantes são a amizade e o namoro.

Técnicas possíveis nesta etapa:

- Organização das reuniões, não deixando de ajudar, marcando o local do encontro, envolvendo o pessoal na preparação.

- Valorização da vida pessoal e grupal, levando as pessoas a se desinibirem.

- Utilização de festas, passeios, compromisos fora das reuniões, refeições coletivas, trabalho de mensagens musicais, celebração de aniversários, serenatas, retiros.

- Apresentação de um Jesus amigo, que teve um grupo, valorizando símbolos e gestos nas orações, ajudando para que a vida da amizade se torne uma espécie de música.

- Visita a outros grupos.


Iniciação

1º momento: a infância

É o primeiro momento da vida de um grupo. O que o jovem deseja? Ele quer ser autovalorizado e aceito para melhor relacionar-se consigo mesmo, com os outros e assim engarjar-se no crescimento da fé. Deseja desenvolver-se e ser percebido como alguém que colabora na transformação da sociedade. Anseia ser acolhido com dignidade e na amizade, sonhando com um ambiente de diálogo, onde possa manter essa amizade com relacionamentos livres.


Técnicas possíveis neste momento:

- Levar o jovem a ler.- Utilizar diversos meios que o levem a se desinibir e desenvolver formas de expressão (teatro, música, dança, mensagens...)

- Desenvolver atividades grupais e pequenas tarefas na comunidade.

- Fomentar celebrações movimentadas e vibrantes, com símbolos, expressão do corpo, aproveitando a natureza.


2º momento: adolescência

Trata-se de um grupo que já tem vida há certo tempo. O que o jovem deseja?Continua valento o que se falou da infância. Acrescenta-se, no entanto, o despertar da questão da afetividade e da sexualidade. Amadurece o senso de liberdade e a vontade de saber mais sobre liderança. Claro que a amizade e a solidariedade, como anseio, prosseguem. Assim como gosta de lazer, o jovem é curioso por exercícios de autoconhecimento e autocontrole. Agradam-lhe celebrações participativas, esporte, visitas para conhecer a realidade, executar e planejar tarefas.


Técnicas possíveis neste momento:

- Painéis, debates e palestras (análise da conjuntura, bíblia e história da PJ).

- Análise de programas e propagandas dos Meios de Comunicação Social.

- Celebrações envolventes, levando à experiência de Deus e ao conhecimento da proposta de Jesus Cristo.- Dinâmicas de integração.

- Reuniões nas casas dos membros do grupo.

- Retiros, encenações, teatro, música, dança.


3º momento: Juventude

Imagina-se um grupo de iniciantes numa fase já mais avançada. O que o jovem deseja? O jovem, aqui, quer ser útil e ter uma ação concreta dentro do seu meio e na sociedade. Quer ser respeitado e exige respeito dos outros, principalmente dos mais pobres. Além de falar de si, quer descobrir-se e descobrir sua vocação. Está em busca, igualmente, de um amadurecimento político.

Técnicas possíveis neste momento:

- Amadurecer formas de o jovem, no grupo, procurar pistas planejadas de ação.

- Trata-se de investir na formação técnica a partir da própria organização deles. Fundamental o trabalho de planejamento e avaliação.

- Organizar momentos delebrativos fortes de sua fé como vigília, retiro, caminhadas.

- Realizar cursos e treinamentos de capacitação técnica e fazer com que o grupo viva a Revisão de Vida e de Prática.

- Formas de engajamento nos movimentos populares, sindicatos, movimento estudantil e ações concretas na comunidade eclesial.


QUESTÕES PARA DEBATE

1 - Quais os momentos da formação de um grupo de jovens?

2 - Que técnicas importantes devem ser observadas em cada momento?

3 - O que é importante para o jovem em cada momento do grupo?


Equipe do Instituto de Pastoral de Juventude (IPJ),Site na internet: http://www.ipjdepoa.org.br
Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 259, abril de 1995, página 15.
Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/subsidios-grupo_jovens-05.php

GRUPO, AMIZADE E PESSOA


Grupo, amizade e pessoa
Quantas vezes, em nossa juventude, nos traímos em pensamento, divagando sobre a necessidade e a importância das pessoas, de amigos e amigas na construção de nossa identidade, de nossa personalidade e de nosso projeto de vida!
Uma “traição construtiva”. Ainda que queiramos nos afirmar “auto-suficientes”, a vida da gente nos ensina certas coisas que só o coração pode explicar. Ou melhor, só dá para explicar de coração. Ou será que só é possível explicar ao coração?
Por detrás de nossas “fortalezas edificadas”, brilha sempre - fogosa, ardente excitante - a busca eterna do sentido de ser, de sondar as profundezas dos ideais, das angústias, de conhecer... Mesmo que abafemos seu brilho, resfriemos seu calor... no descuido, ela está lá. Do jeito que a deixamos, no ponto onde paramos...
Há dentro de nós um “princípio” que nos move ao diálogo, ao relacionamento, à participação, ao encontro: a amizade. A necessidade de descobrirmos “O Diferente” que existe em cada pessoa. Quando me descubro em mim, já sou eu em ti e tu em mim! Distantes muitas vezes, ausentes nunca, jamais é tarde para o encontro, para a conversa. “Um tempo sem fronteiras, fantasias pelo ar, o mundo é meu, é só deixar...” (Flávio Vezzoni).
Para isso, não é difícil perceber que há sempre muito mais para se caminhar do que todo o percorrido. Ao longo de toda a vida, a busca de sentido fundamental da existência vai-se assemelhando a “cavar um buraco em água!” Constitui-se simultaneamente numa decepção e numa alegria. Decepção por nunca ver aumentar a profundidade do buraco. Alegria por saber que, por mais que se “cave”, sempre haverá muito mais água chegando para tomar o lugar daquela que foi retirada” “Prefiro ser esta metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. (Raul)
Por esta razão torna-se tão importante a participação e o envolvimento em grupos de referência. Seja em grupos para esportes, de música, de estudos, teatro, grupos de jovens... a “turma” é que marca nossa juventude. É a “água nova” preenchendo o espaço do que julgamos já ter conseguido alcançar. O grupo reproduz uma sociedade em miniatura. É um laboratório de sociedade, espaço de participação, de individualidade e coletividade pedagógicas na nossa formação. Nos desacomoda, projeta, conquista.
Fundamental é a amizade
A amizade deve ser buscada. Ela ou é verdadeira, ou não é amizade. É manifestação da alma perscrutando o infinito, fugindo à distância e ao tempo, criando eco na pessoa do outro, da outra, unindo culturas, línguas, religiões... comprometendo, sonhando!
“Sonho que se sonha só, é ilusão!” Em grupo é diferente! Nem melhor, nem pior. O diferente é simplesmente diferente. Por si próprio. O grupo torna “pessoa, os anseios e projetos conhecidos nas relações de “seres em rotação universal”. “O novo” que brota, é sacramento da busca eterna. Ao final, o que há de ficar serão os semblantes, as confidências, as pessoas...
“Mas quem cantava, chorou ao ver seu amigo partir. Mas quem ficou, num pensamento voou, com seu canto que o outro lembrou. E quem voou no pensamento ficou com a lembrança que o outro cantou” (Milton).
Gilberto Flach (Beto),
Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 285, março de 1998, página 17.Endereço eletrônico: flachbeto@yahoo.com.br

GRUPO DE JOVENS, UMA BOA IDÉIA.


Grupo de jovens, uma boa idéia
A falta de tempo para conviver em grupo, o trabalho que deixa o jovem cansado e ocupado, a escola que ensina a ser individualista, a televisão que diz para não se importar com a vida do outro, são desafios para a nucleação e organização de grupos de jovens da Pastoral da Juventude.
Como responder positivamente a esta realidade? Como “ir contra a maré”, dizendo não à forma de viver que é imposta aos jovens pelo mundo dos adultos e suas instituições (a escola, a família, a televisão...)?
É preciso resgatar o jeito jovem de ser: alegre, que enfrenta riscos, utópicos, esperançosos... Características que o mundo está roubando dos jovens, através da imposição de um jeito de ser triste, descrente, fechado, individualista e consumista.
Como ser expressão desse novo jeito de ser? Como cultivar o carinho, o diálogo sincero, a amizade que ajude a amadurecer e ser feliz?
Quem sabe faz a hora...
Os grupos de jovens estão aí. São muitos. Muito maior ainda é o número de jovens que não estão participando de nenhuma organização ou movimento, dentro ou fora da Igreja.
Há jovens que se gastam no trabalho e sonham o sonho impossível, que os meios de comunicação e a propaganda colocam em suas cabeças para que acreditem - e se iludam - que o mundo pode ser feito de “charme, mordomias e luxo”.
Outros, gozam os privilégios de quem tem dinheiro, saúde, acesso à educação e tempo, desligados do alto preço que custam à sociedade, aos trabalhadores.
Há também aqueles que sabem que, “quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. Buscam a realização de um sonho possível ou impossível, de uma sociedade justa que se faz à medida que arregaçam as mangas e se pôem a lutar.
Aí, talvez, reside o maior valor de um grupo de jovens. São jovens que não se conformam com as coisas do jeito que estão. “Desconfiam” que algo está errado e que é preciso juntar-se a outros jovens para mudar.
Em todo bairro, escola, trabalho, comunidade, se encontram jovens desejosos de fazer algo. São jovens que acreditam na amizade e na solidariedade e, por isso, estão dispostos a partilhar seu trabalho, suas forças.
São estes jovens que a Pastoral da Juventude procura descobrir, ajudando-os a se relacionarem de modo que, progresivamente, vão tendo consciência da necessidade do grupo de jovens.
O valor do grupo
Os grupos de base são grupos que se reúnem freqüentemente para a reflexão. Se comprometem na oração e ação. São grupos de vida, onde todos têm voz e vez. Cada grupo de jovens tem (e deve ter) sua própria maneira de ser. Não existe um modelo pronto, para ser copiado. O desenvolvimento das reuniões e encontros, por exemplo, possui características diversas em cada grupo, o que vai delineando a sua fisionomia.
Existem, porém, alguns elementos importantes para que ocorra crescimento no grupo. São elementos indispensáveis a todos os grupos de base, e que dão valor a este modelo de organização:- Um grupo de jovens é um grupo de amigos, unidos pela mesma fé.
- A amizade, o conhecimento interpessoal, a acolhida e a compreensão do outro só podem crescer em pequenos grupos.
- A consciência e a participação só nascem onde cada um é importante, pode falar, escutar e dar a sua opinião.
- As novas lideranças, capazes de intervir na Igreja e na sociedade, nascem e crescem nos grupos organizados, onde cada decisão e atividade é pensada e decidida coma opinião de todos.
- A formação integral do jovem tem, no grupo de jovens, um espaço privilegiado.
- No grupo, na comunidade, o jovem toma consciência de que a fé é mais do que apenas “ir à missa”. a espiritualidade do seguimento de Jesus, descobre, leva ao compromisso com os irmãos.
- A ação planejada, no grupo de base, facilita a participação de todos.
É bonito ver o jovem que faz uma caminhada com o grupo, crescendo na fé, no relacionamento com o outro e consigo mesmo, na consciência crítica e na ação prática. Neste último aspecto, no entanto, acredito que precisamos ser mais criativos e ousados. Faltam aos grupos de jovens, ações concretas. É preciso dar um passo a mais. Descobrir “bandeiras de luta” que sejam atraentes e mobilizem os jovens, nas diferentes realidades em que vivem. Mãos à obra, com criatividade e coragem.
QUESTÕES PARA DEBATE
1 - Quais são as principais pressões que fazem com que o jovem se acomode?
2 - Como o jovem reage aos apelos dos individualismo e consumismo da nossa sociedade?
3 - Quais são os principais elementos indispensáveis para manter um grupo de jovens?
Rui Antonio de Souza,
Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 257, novembro de 1994, página 3.

GRUPO DE JOVENS: UM TRABALHO PRÁTICO.


Grupo de jovens: um trabalho prático
Muitos grupos de jovens não levam suas reflexões a uma ação prática. O grupo vai ficando só na teoria e acaba se esvaziando, perdendo o sentido. Mas, é possível fazer coisas conseqüentes, como mostra a experiência de um grupo de Cariacica, ES.
Em 1992, a partir da Pastoral da Juventude da Comunidade de São Geraldo, alguns jovens formaram um grupo e começaram a estudar. Quando o Grupo de Estudos de São Geraldo nasceu, ele surgiu como uma ação concreta da Pastoral da Juventude da comunidade.
O Grupo de Estudos era parte do Grupo de Jovens, que o coordenava através da Equipe de Orientação Para a Vida, cujo objetivo era orientar os jovens do grupo com relação a estudos, profissão, convivência social e política.
Os jovens do grupo, percebendo as dificuldades com que os filhos dos trabalhadores da comunidade viviam e tendo vontade de possuir um curso superior, iniciou-se uma relfexão sobre o papel social do grupo de jovens baseado nos valores do cristianismo, tornou-se necessário fazer algo que fosse concreto.
Mas que não fosse assistencialismo e sim conforme as palavras de Jesus: “ensine-os a pescar”. então surge de fato uma proposta que foi colocada em prática pelos jovens que já freqüentavam a Universidade, que se colocaram à disposição para um trabalho voluntário e gratuito para monitorar durante o período de julho a dezembro de segunda a sexta-feira, nas seguintes áreas: Português, Matemática, História, Geografia e Biologia, conforme o programa oferecido aos estudantes pela Universidade Federal do Espírito Santo.
Vestibular
O Grupo de Estudos nasceu da necessidade que os jovens tinham de estudar e se preparar para o vestibular, mas não tinham condições de pagar cursinho pré-vestibular e para que esses jovens pudessem disputar em melhores condições com a burguesia as poucas vagas oferecidas pela UFES.
Nasceu também com o objetivo de contestar o sistema privado de educação, representado pelos cursinhos, que distancia cada vez mais os jovens trabalhadores da possibilidade de ter acesso ao ensino superior. Contestar o próprio vestibular como forma de acesso à Universidade, pois é discriminatório e excludente. Acreditamos que a universidade é um direito de todos. O acesso deveria ser livre para quem estivesse interessado em cursar uma faculdade.
Por fim, queremos afirmar que apoiamos o ensino público e de qualidade em todos os níveis e ainda provar que é possível para pessoas menos favorecidas poder e dever lutar ter acesso à universidade pública.
Novos objetivos
Com o passar do tempo, o Grupo de Estudos cresceu e surgiram novos objetivos. Em 1995, para melhor representar esses objetivos, o grupo passou a ser denominado CEPUL (Centro de Estudos Populares Universidade Livre). Este ano será transformada em uma ONG (Organização Não-Governamental), passando a ser um centro de geração e disseminação de cultura e conhecimento, com uma proposta alternativa de educação popular, que atuará de várias formas.
O CEPUL não é um cursinho pré-vestibular. É o estudante que se reúne, forma grupos de estudos, debate entre si os conteúdos e depois leva aos monitores suas dúvidas, construindo juntos o conhecimento.
Todas as atividades desenvolvidas no CEPUL são voluntárias e sem remuneração. As despesas são pagas com a contribuição única de 20% do salário mínimo vigente no período de início das atividades.
QUESTÕES PARA DEBATE:
1 - Como o grupo de jovens desenvolve a reflexão em relação aos problemas concretos da comunidade?
2 - Partindo do exemplo do CEPUL, que boas atividades podem ser desenvolvidas pelo grupo?
Jorge Luiz Davel,
Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 273, setembro de 1996, página 9.
Disponível em:
http://www.mundojovem.com.br/subsidios-grupo_jovens-08.php

VOCÊ É CATÓLICO?




Você é Católico?
Às vezes nos pegamos criticando alguém que por um motivo ou outro se afastou do catolicismo, tornando-se um fiel evangélico.
Muitas são as razões (se é que são razões), que os levam a esta mudança, só para simplificar e botar já de início um ponto final nesta "questão" eu digo: "Não eram Católicos"
Católico é aquele que assume desde criança uma postura cristã com todos os princípios verdadeiramente evangélicos, batismo, eucaristia, crisma, movimentos e até o Sacramento da União(casamento).
Somos realmente o povo de Deus que tem Maria nos orientando no nosso dia a dia para perseverarmos, não desistirmos da caminhada.
Católico vai à missa regularmente, confessa seus pecados, comunga, participa no discipulado de Jesus procurando sempre aprender para ser apóstolo e como tal levar a palavra a todo canto onde estiver e proclamar "Eu sou Católico".
Católico é sempre tolerante, convive com todos os outros irmãos sem descriminação (e a recíproca não é verdadeira).
Ser católico é trazer estampado na sua própria vida características as quais seja sempre pessoa respeitada por estas razões ou seja: amar a Santíssima Trindade, ser filho de Nossa Senhora, praticar sempre a justiça e fiel à doutrina de sua igreja.
Ser católico é ser "Paroquiano", servir com seus dons a comunidade a qual pertence até se engajando a uma pastoral ou a uma microcomunidade, sendo útil aos irmãos mais necessitados.
Católico verdadeiro é aquele que não debanda para outros "centros" na hora da diversidade, não troca de religião simplesmente por discordar disto ou daquilo.
A súblime graça de ser católico exige despojamento e "algumas renúncias" não implicando porém, em proibição ao modernismos e nem tão pouco às novidades que beneficiam a humanidade. Exige sim, respeito ao ser humano, a natureza e a todas as dadivas concebidas por Deus e ao livre arbítrio ("Eu vim para que todos tenham vida em abundância").

Ser Católico é ser livre e feliz.
Artigo disponível em: http://www.pjbru.cjb.net/
Foto: Pentecostes 2008 - Arquidiocese de Maceió. Disponível em: http://www.arquidiocesedemaceio.org.br/

CUIDAR DA QUALIDADE DE VIDA DOS LÍDERES



Cuidar da Qualidade de Vida dos Líderes
Enquanto as gerações anteriores de líderes eram freqüentemente preparadas para se dedicarem de corpo e alma a uma causa, sem levar em conta o custo pessoal, esse não é o caso atual. Aqueles que trabalham com a mocidade devem ajudar os líderes a encontrar tempo para si mesmos, tempo para relaxar, para bater papo, para tratar dos próprios problemas pessoais, para rezar. Muitos líderes são muito generosos e querem abraçar o mundo. Freqüentemente, carecem de prioridades e tendem a assumir compromissos demais. Finalmente, tornam-se sobrecarregados, consomem-se e sucumbem. Perguntou-se a um jovem comprometido: "Quanto tempo você vai continuar?". A resposta: "Por tanto tempo quanto me sentir bem com isso". Uma resposta que revela uma nova mentalidade de uma nova geração de jovens.
Os líderes da juventude precisam ser treinados nas técnicas de administração de tempo de forma que possam dar conta de múltiplas tarefas concomitantemente e ainda encontrar tempo para si mesmos, para relaxar, para aprofundar relacionamentos e para cultivar uma vida espiritual pessoal. Isso pode significar pôr no papel os compromissos, elaborar listas de tarefa para serem completadas, ter prioridades, fazer planejamentos para o futuro de modo a obter tempo para ter uma preparação séria, usando ferramentas para poupar tempo, tais como telefones, fax e correio.
Mas existem motivos que vão além dos puramente pragmáticos, que visam evitar o desgaste e a perda de líderes importantes. Devemos preocupar-nos com uma formação que seja integral. Precisamos formar líderes compromissados que sejam intelectual, emocional e espiritualmente maduros. Líderes compromissados cujas vidas pessoais sejam uma tragédia não são modelos atraentes para outros jovens.
Artigo disponível em: http://www.pjbru.cjb.net/

FORMAR UM GRUPO DE JOVENS A PARTIR DA CRISMA



Formar um grupo de jovens a partir da Crisma
Voltando ao Brasil depois de alguns anos estudando no exterior - acabei residindo numa paróquia onde não havia grupo de jovens. No ano anterior havia fracassado uma tentativa de formar um grupo a partir da Crisma. Tive motivos fortes para incentivar um trabalho inicial ali. Toda a metodologia da Pastoral da Juventude está baseada em grupos de jovens. Sem grupo não há continuidade, não se forma líderes, não se desencadeia um processo de conversão e de vivência do evangelho na vida cotidiana. Sem grupo os jovens têm que ser acompanhados individualmente pelos poucos assessores que existem - o que é impossível! Sem grupo as coordenações diocesanas são formadas de generais sem tropas. Não há credibilidade porque não se tem poder de mobilização.
Era urgente fazer alguma coisa para provar que era falsa a alegação de alguns, que a nova onda da cultura pós-modernidade havia criado um clima que inviabilizava a proposta de grupos estáveis. A resposta teria que vir de uma experiência concreta, não de livros ou afirmações teóricas.
Havia outro motivo para encaminhar uma solução neste nível: eu viajava dando muitos cursos sobre a metodologia e projeto da Pastoral da Juventude. Um dia mais cedo ou mais tarde alguém ia fazer a pergunta: "E como está o trabalho pastoral com jovens na sua comunidade?" Era uma questão de coerência.
Pensamos em formar um grupo de jovens a partir de uma turma de crisma que estava terminando. Não obstante, havia um problema: no ano anterior uma tentativa semelhante havia fracassado. Como evitar um novo fracasso? O coordenador ou assessor do novo grupo seria a peça chave. Precisávamos de um coordenador com habilidade para fundar - não afundar (o que infelizmente é comum) - o novo grupo.
Estive na posição de muitos assessores que por causa das múltiplas responsabilidades não dispõem de tempo suficiente para se dedicar à formação e acompanhamento sistemático de um novo grupo. Um grupo novo é como uma planta que se coloca na terra. Exige muita presença e acompanhamento até pegar raízes, criar coesão e formar seus próprios líderes. A solução foi encontrar alguém para assumir este papel - alguém com tempo, metodologia e clareza de onde se quer chegar. Por sorte uma pessoa que juntava estas qualidades aceitou o convite para coordenar o novo grupo. O novo coordenador precisava "infiltrar-se" no meio dos crismandos para criar laços afetivos e conquistar credibilidade para depois propor a formação de um grupo de jovens como proposta de continuidade após recebimento do sacramento.
Há forte coesão e entusiasmo entre os membros. Diferentes líderes emergiram e hoje são ativos no grupo, na comunidade e na pastoral diocesana.
O sucesso do novo grupo foi resultado da metodologia usada. Diferentes fatores importantes ajudaram o crescimento do grupo: no início, o coordenador precisava usar uma estratégia mais paternalista, para depois ir soltando as rédeas na medida em que novos líderes foram despontando. Outros métodos foram utilizados: o crescente envolvimento dos membros na tomada de decisões, a seriedade da preparação das reuniões com a divisão do grupo em pequenas equipes para preparar e coordenar os temas, reuniões animadas com muitas dinâmicas, um planejamento de 6 meses dos temas e atividades, montagem de vários teatros que criaram visibilidade para o grupo na paróquia, o envolvimento do grupo na preparação de uma missa dominical na paróquia (uma vez por mês), passeios coletivos, a participação dos membros em eventos promovidos pela a PJ diocesana (DNJ etc.) e a formação de uma equipe central para acompanhar o processo. Após seis meses os membros do grupo participaram de um curso de final de semana ("Curso de Dinâmica para Líderes") que teve o efeito de dinamizar e solidificar o processo já em andamento.
Claro que nem tudo aconteceu ao mesmo tempo. O grupo foi dando os passos possíveis em cada momento - graças à metodologia e clareza de objetivos do coordenador. Agora que o grupo criou forte coesão entre os membros agendaram dois outros passos importantes: um retiro espiritual de final de semana e um debate sobre a política estudantil.
Artigo disponível em: http://www.pjbru.cjb.net/
Foto: Cerimônia do Crisma 2208 - Paróquia do Divino Espírito Santo - Arquidiocese de Maceió. Arquivo pessoal.

PARA SER UM BOM GRUPO.


Para ser um bom grupo
“O grupo de jovens é um espaço de crescimento do jovem na fé e na participação social. Para ser um bom grupo é preciso criar um ambiente acolhedor, onde os jovens possam fazer uma caminhada organizada até alcançar seus objetivos. As dinâmicas facilitam e tornam mais alegre este processo.
Apresentamos aqui 10 pistas para um bom grupo de jovens:
1. É bom que seja um grupo pequeno (10-15 jovens), para que todos possam se conhecer bem, ser amigos e participar de tudo.
2. Que todos vivam no mesmo bairro, participem da mesma comunidade ou, então, que vivam uma mesma situação e atuem no mesmo meio (colégio, roça etc.) ou interesse (teatro, movimento popular...).
3. Que seja um grupo fixo, de jovens que queiram fazer uma caminhada de crescimento em conjunto (evitando a entrada e saída de gente). Que seja um grupo acolhedor, alegre, unido, para que todos se sintam bem.
4. Que tenha uma organização míinima, com planejamento de sua caminhada, preparação das reuniões e outras atividades, divisão de tarefas entre todos, garantindo a participação democrática.
5. Que esteja disposto a refletir a vida à luz do Evangelho, aprofundando o conhecimento e vivência da fé, na Igreja, e a atuar de modo transformador na sua realidade.
6. Que na sua vida de grupo e na sua caminhada de formação procure desenvolver de forma equilibrada todas as dimensões da formação integral do jovem: pessoal, social, política, espiritual e técnica. E que equilibre reflexão, ação, oração e lazer.
7. Que esteja ligado aos demais grupos e à organização de pastoral da juventude de sua paróquia e diocese, levando e recebendo informações e experiências, participando das atividades comuns.
8. Que acompanhe a caminhada da Pastoral da Juventude do Brasil, assinando o jornal "Juventude", adquirindo os subsídios para grupos e para o Dia Nacional da Juventude.
9. Que esteja bem plantado na sua realidade, descobrindo as necessidades e oportunidades de ação e atuando na sua comunidade ou ambiente, junto com outros.
10. Que esteja preocupado com a evangelização de outros jovens, sendo testemunho e fermento no meio deles, promovendo atividades que os desperte e motive para a vivência comunitária. E que esteja disposto a apoiar o nascimento de outros grupos (e não a trazer gente para o seu grupo.
QUESTÕES PARA DEBATE:
1 - O que você acha dessas pistas para ser um bom grupo? Discorda de alguma? Por que? E que outras pistas você acrescentaria?
2 - À luz desse quadro, como você avalia o seu grupo? O que está faltando para ele ser um bom grupo? Como vocês podem preencher essa falta?
Dinâmica Caça ao Tesouro
Objetivo: ajudar as pessoas a memorizarem os nomes umas das outras, desinibir, facilitar a identificação entre pessoas parecidas.
Para quantas pessoas: cerca de 20 pessoas. Se for um grupo maior, é interessante aumentar o número de questões propostas.
Material necessário: uma folha com o questionário e um lápis ou caneta para cada um.
Descrição da dinâmica: o coordenador explica aos participantes que agora se inicia um momento em que todos terão a grande chance de se conhecerem. A partir da lista de descrições, cada um deve encontrar uma pessoa que se encaixe em cada item e pedir a ela que assine o nome na lacuna.
1. Alguém com a mesma cor de olhos que os seus;
2. Alguém que viva numa casa sem fumantes;
3. Alguém que já tenha morado em outra cidade;
4. Alguém cujo primeiro nome tenha mais de seis letras;
5. Alguém que use óculos;
6. Alguém que esteja com uma camiseta da mesma cor que a sua;
7. Alguém que goste de verde-abacate;
8. Alguém que tenha a mesma idade que você;
9. Alguém que esteja de meias azuis;
10. Alguém que tenha um animal de estimação (qual?).
Pode-se aumentar a quantidade de questões ou reformular estas, dependendo do tipo e do tamanho do grupo.
Obs.: A dinâmica foi tirada do subsídio “Dinâmica em Fichas” - Centro de Capacitação da Juventude (CCJ) - São Paulo - F: (011) 917-1425.
Florisvaldo Orlando, Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 276, março de 1997, página 18.
Disponível em: http://www.mundojovem.com.br/subsidios-grupo_jovens-07.php
Foto: Grupo Teatral Evangelizador Cristo Rei (2006) - Paróquia do Divino Espírito Santo - Arquidiocese de Maceió. Arquivo Pessoal.

COMO FAZER UM GRUPO DE JOVENS?


COMO FAZER UM GRUPO DE JOVENS?
“Eu não sou você. Você não é eu. Mas somos um grupo, enquanto somos capazes de, diferenciadamente, eu ser eu, vivendo com você e você ser você, vivendo comigo.”
O que é grupo de jovens cristãos de Pastoral da Juventude? Relembrando a nossa experiência, a primeira idéia era de um lugar com muitos jovens animados, acolhedores, que falava do evangelho e animava as missas e a comunidade (gincanas, mutirões, festas, festivais, teatros).
Foi isso que vimos e que nos deixou curiosos e desejosos de fazer parte. Mas quando entramos, descobrimos que tinha algo "a mais"! Era exigente, tinha tarefas, brigas, muita reza, treinamentos, estudo. Tempos depois fomos sentindo que sabíamos e aprendíamos coisas que não se falava na escola ou na família e isso era bom. Descobrimos então que era também lugar de crescimento.
Como iniciar um grupo?
Tempos (anos) depois nos deparamos com esse desafio. A primeira coisa que fizemos foi ir ver por que queríamos um grupo? Para quem seria o grupo, o local que se encontraria, o horário de funcionamento, o que discutir, viver, experimentar. A animação era total, mas faltava o principal: "os jovens".
Quem convidar, onde, como? A turma que ajudou a pensar todos esses passos citados logo teve algumas idéias. foi nesta hora que quase desistimos. Veja algumas das sugestões: "vamos fazer convite na missa"; outro dizia: "Na crisma é um lugar legal também, lá tem muitos jovens". Um outro mais xereta veio logo dizendo: "Isso eu já fiz e veio um tiquim de gente, foi um desânimo só.
Algumas pessoas disseram que foi porque eu não dei muita graça na hora dos avisos finais". Por causa dessas faltas decidimos, durante três meses percorrer caminhos diferentes:
1. Realizar uma tarde de lazer onde todos os jovens pudessem participar;
2. Convidamos nas missas depois de fazer um lindo teatro sobre a vida dos jovens;
3. Colocamos cartazes e fizemos convites e os distribuímos em turmas e pessoalmente nas escolas, campo de futebol, sorveterias, praças. Foi um trabalho enorme, mas veio muita gente;
4. Convidamos depois todos os que vieram para voltar 15 dias depois para uma celebração jovem, e depois para outro dia de reflexão, festa junina. Percebemos que um grupo fixo de pessoas estava sempre presente. Foi aí que convidamos estes para formar um grupo de jovens.
Mais uma vez outro xereta pergunta: "para que isso? Grupo de jovens serve para quê?" Tivemos então que buscar novamente as respostas:
- Serve para fazer várias coisas legais e que nos preenchem como jovens e como pessoas humanas.- É um lugar jóia para fazer novas amizades, contar coisas da vida, partilhar os desejos e sonhos, encontrar amores, poder ajudar as pessoas necessitadas, animar a comunidade, dando um rosto jovem e alegre a ela.
- Viver em grupo é muito bom. É algo natural, faz parte da gente.
- Grupo geralmente é um espaço que nos ajuda na descoberta das outras pessoas e da gente mesmo.- Grupo é lugar de exercitar a fala, a opinião, o silêncio, defender pontos de vista.
- Portanto, lugar de descobrir, de ter objetivos mútuos, de respeitar as diferenças, construir a identidade.
A construção do grupo.
Um grupo se constrói através da constância da presença de seus elementos na rotina e de suas atividades.
Um grupo se constrói no espaço heterogêneo das diferenças entre cada participante:
- da timidez de um, do afobamento do outro; da serenidade de um, da explosão do outro; do pânico de um, da sensatez do outro; da seriedade desconfiada de um, da ousadia do risco do outro; da mudez de um, da tagarelice de outro; do riso fechado de um, da gargalhada debochada do outro; dos olhos miúdos de um, dos olhos esbugalhados do outro; da lividez de um, do encarnamento do rosto do outro. Um grupo se constrói construindo vínculo com a autoridade e entre iguais. Um grupo se constrói na cumplicidade do riso, da raiva, do choro, do medo, do ódio, da felicidade e do prazer.
Vida de grupo dá muito trabalho e muito prazer porque eu não construo nada sozinho, tropeço a cada instante com os limites do outro e os meus próprios, na construção da vida, do conhecimento, da nossa história.
Quem acompanha e coordena um grupo deve ter uma idéia do "processo de formação grupal" (caminho) que esse grupo vai fazer. Assim ele(a) garantirá que o grupo em um espaço de tempo seja não só convocado (chamado), mas também conheça a sua própria situação, descubra a comunidade, perceba como é a sociedade, a conjuntura maior que o cerca e como cada pessoa pode interferir e principalmente que essa militância contribua para definir, perceber sua vocação e seu projeto de vida.
Assim o caminho será feito e todos(as) poderão cantar: "por isso vem, entra na roda com a gente, também você é muito importante, vem!"
Vanildes Gonçalves dos Santos e Lourival Rodrigues da Silva. Artigo publicado na Revista Mundo Jovem, edição 294, março de 1999, página 5.
Foto: Grupo Teatral Evangelizador Cristo Rei (2006) - Paróquia do Divino Espírito Santo - Arquidiocese de Maceió. Arquivo Pessoal.

sábado, 6 de setembro de 2008

MISSA: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS. – 3ª PARTE.


Dicas Importantes:

· Quando vier participar da Santa Missa, ter um cuidado especial com as vestes. Lembre-se que você vai ter um encontro com o próprio Deus;
· Esvaziar a cabeça de todos os fatos ou preocupações que venham atrapalhar sua participação na Santa Missa;
· Esteja devidamente preparado para receber a Sagrada Eucaristia, ou seja, faça uma boa confissão antes de participar da Santa Missa. Lembre-se que São Paulo mesmo nos diz: Todo aquele que comer e beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe se distinguir o corpo do Senhor, come e bebe sua própria condenação”. (I Cor 11, 26-27).
· Desligar o celular, bip e qualquer instrumento que venha tirar a sua atenção e a do irmão. Também não conversar com o irmão durante a Missa.
· No momento do abraço da paz apenas saudar os irmãos que estão próximos a você e não sair do seu lugar para cumprimentar um amigo ou familiar que não esteja perto de você. Deixe para dar o abraço fraterno a este amigo ou familiar no fim da celebração.
· Só se retirar da Igreja apenas quando o Padre ou o Diácono fazer a despedida. De preferência, só sair da Igreja após os celebrantes e os ministros saírem do altar.
· A Santa Missa transmitida pela TV não substitui a sua presença na missa da sua comunidade, exceto nos casos de enfermidade e impossibilidade de se deslocar à Igreja. Lembre-se que faltar a Santa Missa Dominical é pecado grave.
Com estas dicas encerro a série de três artigos sobre a Santa Missa. Para se aprofundar mais sobre o assunto procure a livraria católica mais próxima. Lá você encontrará diversos e excelentes livros sobre os assuntos.
Rick Pinheiro
Pastoral da Juventude Arquidiocesana.

MISSA: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS. –2ª PARTE.


Como eu escrevi no artigo anterior, a Missa é o centro da fé, é o cerne do Cristianismo, é o coração da Igreja, é o centro do universo.

A missa se divide em duas partes primordiais: Liturgia da Palavra e Liturgia Eucarística. Antes delas ocorre os Ritos Iniciais e logo após os Ritos Finais.

Ao entrar no local de celebração, vamos ficar em silêncio, para preparar o grande acontecimento da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Pode-se também rezar o terço ou outra oração que achar conveniente.


1. Ritos Iniciais:
· Canto de Entrada: Ao iniciar, cantamos alegres por estarmos reunidos com os irmãos na casa do Nosso Deus e Pai. O sacerdote recebe a todos cumprimentando em nome das Três Pessoas da Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
· Ato Penitencial: Quando amamos alguém de verdade, é necessário ir ao seu encontro sem mágoa. Por isso, pedirmos perdão das nossas faltas. O Ato penitencial nos convida a dar uma parada e ver onde pecamos e no que precisamos mudar de vida. Vale lembrar que esse reconhecimento da nossa falta não substitui o sacramento da Reconciliação.
· Hino de Louvor: Depois de pedir perdão, junto e diante de toda a comunidade, estamos em condições de glorificar a Deus. Cantamos ou rezamos, com alegria o Glória.
· Oração Coleta: Em seguida, o sacerdote nos convida à oração; e todos, juntamente com ele, recolhem-se uns momentos em silêncio, a fim de tomarem consciência de que se encontram na presença de Deus e poderem formular interiormente as suas intenções. O povo se associa a esta súplica e faz sua oração pela aclamação Amém.

2. Liturgia da Palavra:
· Leituras: Até agora Deus nos ouviu. É nossa vez de ouví-Lo nas três leituras tiradas da Bíblia, intercaladas pelo Salmo de Meditação e a Aclamação do Evangelho. A Palavra de Deus vai nos mostrar que Ele sempre está presente no meio do seu povo.
· Homilia: Aqui o celebrante faz uma explanação das leituras Sagradas, de forma que todos compreendam que Deus está presente em todos os momentos de nossa vida.
· Profissão de Fé: Fomos acolhidos, recebemos o perdão, ouvimos a Palavra de Deus, e o celebrante explicou as leituras. Vamos sintetizar tudo isso, rezando o Credo, que contém as verdades fundamentais da nossa fé.
· Oração dos fiéis: Toda a comunidade faz os pedidos, conforme as suas necessidades. Rezamos também pelos governantes, pelos que sofrem, pelo mundo inteiro.

3. Liturgia Eucarística:
· Ofertório:
É a hora de colocar sobre o altar toda nossa vida para ser consagrada. Por isso, não pode ser oferta só de dinheiro, de mantimentos para os pobres, mas da vida, para recebermos forças na luta do dia-a-dia. O sacerdote oferece a Deus tudo que é colocado no altar.
· Oração Eucarística: O ponto alto da Santa Missa. Nesta oração, através da ação do Espírito Santo, é transformado pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo. Agora o próprio Jesus se faz presente através da Eucaristia. Ele está no altar. A oração Por Cristo, com Cristo e em Cristo, resume este ato de fé. Ao pronunciarmos o Amém, queremos dizer que aceitamos tudo, com amor e gratidão.
· Pai Nosso: É a oração que Jesus nos ensinou e é a mais completa das orações. Essa oração nos torna irmãos, porque Deus é o nosso Pai. Com essa oração inicia-se o rito de comunhão.
· Oração pela Igreja: A Igreja, Santa pela graça de Deus e pecadora porque realizada por pecadores e em favor dos pecadores, pede pela unidade de seus filhos para testemunho de Jesus Cristo, na fé, no culto e na caridade (conferir Jo 17).
· Saudação da Paz: Desejamos a paz de Cristo a todas as pessoas: aos amigos e aos inimigos. Só Cristo pode, realmente, nos dar a paz e ajudar-nos a viver como irmãos. Com essa saudação fraterna ocorre o rito da paz.
· Cordeiro de Deus: Pedimos três vezes que tenha piedade de nós, para frisar que só Deus tira os pecados do mundo e o quanto precisamos de perdão. Não somos dignos de sermos perdoados, mas Jesus quer nos perdoar e ficar conosco.
· Comunhão: A mesa está posta e o alimento preparado. Somos convidados a participar da Comunhão com toda humanidade que sofre e também se alegra, porque Cristo é ponto de unidade dos que n’Ele crêem. E esta união deve acompanhar-nos até nossas famílias, vizinhos e colegas de escola e trabalho, como sinal da vida e unidade, pois como diz São Paulo na carta aos Gálatas, cap. 2, vers. 20: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim”.

4. Ritos Finais: Consta de:
· Notícias breves se forem necessárias;
· Saudação e bênção do sacerdote, a qual, em certos dias e em ocasiões especiais, é enriquecida e amplificada com uma oração sobre o povo ou com outra fórmula mais solene de bênção;
· Despedida da assembléia, feita pelo diácono ou sacerdote; Alimentados e fortalecidos do Pão da Palavra e Eucarístico somos enviados a viver Cristo no decorrer de toda semana;
· Beijo no altar por parte do sacerdote e do diácono e depois inclinação profunda ao altar por parte do sacerdote, do diácono, e dos outros ministros.

Ao despedir-nos, devemos estar cheios da graça de Deus. Mas na verdade a missa não termina nesse momento, mas continua durante toda semana. Portanto, após a Santa Missa, não há de se realizar novena ou adoração ao Santíssimo, pois já estamos cheios da graça de Deus.
Podemos notar que no começo e no fim da Missa, o sacerdote invoca a Santíssima Trindade.


Vemos assim que a Missa, além de ser Bíblica, contém todo o Mistério da nossa fé e Salvação.

Encerrarei essa série de artigos, com dicas importantes que devemos tomar.

Rick Pinheiro
Pastoral da Juventude Arquidiocesana.

MISSA: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS. – 1ª PARTE.



Há alguns anos atrás o filme “Titanic” fez enorme sucesso nos cinemas do mundo inteiro. O filme tinha a espantosa duração de 194 minutos, ou seja, 3 horas e 14 minutos. Não me lembro de ninguém ter saído do cinema antes do fim do filme; Uma partida de futebol, incluindo intervalo e, quando há, prorrogação, dura em média entre 1 hora e 50 minutos a 2 horas (isso sem contar com o tempo que o torcedor gasta para chegar ao Estádio para pegar um bom lugar) e, apenas com muita raiva do seu time ou para evitar pegar um trânsito lento, é que o torcedor sai do Estádio antes do fim da partida; O show do seu cantor ou banda favorita dura em média duas horas, sem contar o tempo das outras atrações e mesmo assim ninguém não “arreda o pé” enquanto não cantar junto com seu artista todo seu repertório programado para aquela apresentação; O capítulo final de uma novela dura em média quase duas horas e o espectador assíduo não desliga a televisão enquanto não ver a última cena da novela que, há meses vem pacientemente acompanhando.

De fato um filme bem produzido, uma boa partida de futebol ou outro esporte, um show bem animado e até mesmo uma novela bem escrita e produzida são atrativos agradáveis e faz com que, naqueles instantes, esqueçamos um pouco dos nossos problemas do dia-a-dia. Mas eu me pergunto: Por quê as pessoas são tão impacientes para participar de um encontro com Deus na Santa Missa?

Infelizmente é comum ver as pessoas olhando para o relógio e reclamando que não gosta das Missas celebradas pelo Padre “A” ou Padre “B” porque são muitas demoradas. Também me parte o coração ver as pessoas, na hora da comunhão, se levantarem e simplesmente irem embora (esse fato, de total desrespeito com a Santa Missa é tão grave que em breve o padre ou o diácono será obrigado a dizer: “Ide em paz e o Senhor vos alcance”). Por que tanta paciência e animação para as coisas supérfluas e tanta impaciência para está ao lado de Deus?

Cheguei a seguinte conclusão: muitos de nós católicos não sabemos a importância da Santa Missa. São João Vianney certa vez disse: “Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo teríamos em participar dela”.
Como missionário que sou, aliás, que todos nós católicos somos pelo sacramento do batismo, resolvi escrever essa série de artigos para esclarecer aqueles que ainda não sabem a importância da Santa Missa.

Missa: Sacrifício de Cristo. Lembramos a sua vida, os seus ensinamentos; participamos (e não “assistimos” como muitos têm o costume de dizer) desse sacrifício, recebendo o próprio Cristo. É na Missa que celebramos o que mais precioso temos: a vida, junto com os nossos irmãos. Deus vem ao nosso encontro e vamos até Ele, por Cristo, na pessoa do sacerdote. Unimo-nos, num só coração, numa só fé, num só ideal: prestar culto a Deus.

Foi na última ceia que Jesus institui a Eucaristia, ou seja, seu próprio corpo e sangue dado por nós. Foi ali que os Apóstolos entenderam como ia ser a maneira que eles iriam se alimentar do corpo e sangue do Senhor. Não como feras a comer carne, nem como vampiros a sugar sangue, mas sob a forma de pão e de vinho, Jesus inteiro, se torna vivo e real, ou seja, se torna presente.
Todos os anos, os judeus celebram a Ceia Pascal. Jesus, como bom judeu, celebrou a ceia: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e deu aos discípulos dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados”.(Mt 26, 26-28). E acrescentou: “Fazei isso em memória de mim”. (Lc 22,19; I Cor 11,24-25).

Agora, Jesus estabelecia uma Nova Aliança, desta vez não somente com o povo hebreu, mas com toda a humanidade; não expressa pelo sangue de cordeiros, mas com seu próprio sangue que logo seria derramado na cruz para salvação de todos. A ceia era a antecipação do sacrifício da cruz. Portanto todas as vezes que participamos da Santa Missa, por meio do sacerdote, nos unimos intimamente àquele sacrifício feito uma vez por todas.

A palavra Missa não se encontra na Bíblia. No início, os cristãos a chamavam Ceia do Senhor (I Cor 11,20), Partilha do Pão (At 2,42; 20,7) e Eucaristia. Muito mais tarde, quando o latim era a língua mais falada, o celebrante terminava o ato e despedia o povo, dizendo “Ite, missa est” (do verbo latino míttere = enviar, despedir). Assim, a palavra Missa veio e ficou.

A Missa é o centro da fé, é o cerne do Cristianismo, é o coração da Igreja, é o centro do universo.

Na Eucaristia Jesus vem morar em você para ser o seu Alimento da caminhada, a Força contra o pecado, e para transformar a sua vida de homem em vida de filho de Deus.

Quando você comunga o Corpo de Cristo, você se une a Ele, de fato, e se torna membro do Corpo de Cristo, unido a todos os irmãos do céu e da terra. É a redenção do mundo!

Nos próximos artigos, tentarei explicar as partes da Missa e também dando dicas importantes para participarmos de todo coração da Santa Missa.
Rick Pinheiro
Pastoral da Juventude Arquidiocesana.