sábado, 6 de setembro de 2008

MISSA: ELE ESTÁ NO MEIO DE NÓS. – 1ª PARTE.



Há alguns anos atrás o filme “Titanic” fez enorme sucesso nos cinemas do mundo inteiro. O filme tinha a espantosa duração de 194 minutos, ou seja, 3 horas e 14 minutos. Não me lembro de ninguém ter saído do cinema antes do fim do filme; Uma partida de futebol, incluindo intervalo e, quando há, prorrogação, dura em média entre 1 hora e 50 minutos a 2 horas (isso sem contar com o tempo que o torcedor gasta para chegar ao Estádio para pegar um bom lugar) e, apenas com muita raiva do seu time ou para evitar pegar um trânsito lento, é que o torcedor sai do Estádio antes do fim da partida; O show do seu cantor ou banda favorita dura em média duas horas, sem contar o tempo das outras atrações e mesmo assim ninguém não “arreda o pé” enquanto não cantar junto com seu artista todo seu repertório programado para aquela apresentação; O capítulo final de uma novela dura em média quase duas horas e o espectador assíduo não desliga a televisão enquanto não ver a última cena da novela que, há meses vem pacientemente acompanhando.

De fato um filme bem produzido, uma boa partida de futebol ou outro esporte, um show bem animado e até mesmo uma novela bem escrita e produzida são atrativos agradáveis e faz com que, naqueles instantes, esqueçamos um pouco dos nossos problemas do dia-a-dia. Mas eu me pergunto: Por quê as pessoas são tão impacientes para participar de um encontro com Deus na Santa Missa?

Infelizmente é comum ver as pessoas olhando para o relógio e reclamando que não gosta das Missas celebradas pelo Padre “A” ou Padre “B” porque são muitas demoradas. Também me parte o coração ver as pessoas, na hora da comunhão, se levantarem e simplesmente irem embora (esse fato, de total desrespeito com a Santa Missa é tão grave que em breve o padre ou o diácono será obrigado a dizer: “Ide em paz e o Senhor vos alcance”). Por que tanta paciência e animação para as coisas supérfluas e tanta impaciência para está ao lado de Deus?

Cheguei a seguinte conclusão: muitos de nós católicos não sabemos a importância da Santa Missa. São João Vianney certa vez disse: “Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo teríamos em participar dela”.
Como missionário que sou, aliás, que todos nós católicos somos pelo sacramento do batismo, resolvi escrever essa série de artigos para esclarecer aqueles que ainda não sabem a importância da Santa Missa.

Missa: Sacrifício de Cristo. Lembramos a sua vida, os seus ensinamentos; participamos (e não “assistimos” como muitos têm o costume de dizer) desse sacrifício, recebendo o próprio Cristo. É na Missa que celebramos o que mais precioso temos: a vida, junto com os nossos irmãos. Deus vem ao nosso encontro e vamos até Ele, por Cristo, na pessoa do sacerdote. Unimo-nos, num só coração, numa só fé, num só ideal: prestar culto a Deus.

Foi na última ceia que Jesus institui a Eucaristia, ou seja, seu próprio corpo e sangue dado por nós. Foi ali que os Apóstolos entenderam como ia ser a maneira que eles iriam se alimentar do corpo e sangue do Senhor. Não como feras a comer carne, nem como vampiros a sugar sangue, mas sob a forma de pão e de vinho, Jesus inteiro, se torna vivo e real, ou seja, se torna presente.
Todos os anos, os judeus celebram a Ceia Pascal. Jesus, como bom judeu, celebrou a ceia: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e deu aos discípulos dizendo: Tomai e comei, isto é o meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é o meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados”.(Mt 26, 26-28). E acrescentou: “Fazei isso em memória de mim”. (Lc 22,19; I Cor 11,24-25).

Agora, Jesus estabelecia uma Nova Aliança, desta vez não somente com o povo hebreu, mas com toda a humanidade; não expressa pelo sangue de cordeiros, mas com seu próprio sangue que logo seria derramado na cruz para salvação de todos. A ceia era a antecipação do sacrifício da cruz. Portanto todas as vezes que participamos da Santa Missa, por meio do sacerdote, nos unimos intimamente àquele sacrifício feito uma vez por todas.

A palavra Missa não se encontra na Bíblia. No início, os cristãos a chamavam Ceia do Senhor (I Cor 11,20), Partilha do Pão (At 2,42; 20,7) e Eucaristia. Muito mais tarde, quando o latim era a língua mais falada, o celebrante terminava o ato e despedia o povo, dizendo “Ite, missa est” (do verbo latino míttere = enviar, despedir). Assim, a palavra Missa veio e ficou.

A Missa é o centro da fé, é o cerne do Cristianismo, é o coração da Igreja, é o centro do universo.

Na Eucaristia Jesus vem morar em você para ser o seu Alimento da caminhada, a Força contra o pecado, e para transformar a sua vida de homem em vida de filho de Deus.

Quando você comunga o Corpo de Cristo, você se une a Ele, de fato, e se torna membro do Corpo de Cristo, unido a todos os irmãos do céu e da terra. É a redenção do mundo!

Nos próximos artigos, tentarei explicar as partes da Missa e também dando dicas importantes para participarmos de todo coração da Santa Missa.
Rick Pinheiro
Pastoral da Juventude Arquidiocesana.

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