Tempo de Quaresma. Preparação para a Semana Maior. Olhamos para Jesus e mergulhamos no mar profundo do mistério de nossa salvação. Ressoa a grande verdade: “amando os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim”(Jo13,1). Até o extremo nos amou. Tudo que podia amar, amou. Amou sem limites.
Não me canso de repetir que em Bethânia, enquanto não amarmos nossos filhos e filhas como uma mãe ama seu próprio filho dependente, ainda não teremos amado como ama o Coração de Jesus. Amor sem limites. Hoje, a medida para o meu amor em Bethânia são corações de mães que amam até as ultimas forças e conseqüências. Mães que enfrentam traficantes. Mães que passam noites em claro. Mães que dobram a jornada de trabalho para colocar comida na mesa. Mães que andam quilômetros atrás dos filhos em bocas de fumo. Mães que não se cansam e não desistem nunca.
Às vezes olhamos de longe e dizemos: ela é louca. Não tem mais jeito. Contudo, essa mãe sabe que o amor não desiste e se consome pelo amado. A estória abaixo me fez rezar. Ouvi de alguém muito especial que sem se dar conta ensinou meu coração de padre. Partilho com você.
“A guerra do Vietnã acabara. Um soldado americano liga para a mãe e diz: Mãe estou voltando para casa. A mãe muito feliz com a noticia quer saber quando ele volta e acentua que não vê a hora de encontrá-lo novamente. Afinal ela rezara tanto. O soldado conta detalhes de quando chegará. No meio da conversa complementa: Mãe, não voltarei sozinho, vou levar um amigo comigo. A mãe do outro lado do Pacifico diz ao filho: que bom, quem é? O filho continua: é também um grande soldado, mãe. Só tem um problema. Esse meu amigo perdeu um abraço e uma perna em combate. A mãe diante da novidade diz: meu filho, pensando bem é melhor não trazê-lo. Imagine. Sem braço e sem perna, nos dará muito trabalho. Vai mudar toda a rotina da casa. O filho insiste. Mas mãe, ele é um cara muito legal, não dará trabalho não e além disso não tem família. A mãe retruca: Filho, não insista. Imagine.Vai nos tirar a paz! O filho fez de conta que compreendeu e despediu-se. Vinte e poucos dias depois, na porta da casa da mãe do soldado, um carro preto estaciona. O motorista se intitula agente funerário e diz que os moradores da casa precisam reconhecer o corpo. Assustados se aproximam do furgão e pelo vidro mesmo vêem o corpo de um jovem mutilado. Jaz sem o braço e a perna direita. O agente lê o nome. É o mesmo nome do seu filho. O agente continua: pois é, esse rapaz, valoroso soldado, foi mutilado em combate. Chegou a ser condecorado pelo exercito americano. Mas faz vinte e poucos dias que ele deu um tiro em sua própria cabeça. Junto dele apenas um bilhete e penso ser para vocês: “Pai, mãe desculpem. Mas não quero atrapalhar a vida de ninguém! Adeus”. A mãe entendeu; debruçou-se sobre o corpo do filho e chorou amargamente”.
Fico pensando como seria diferente se essa mãe tivesse visto o filho antes da conversa. Recuso-me a ser daqueles que dizem que a maternidade é apenas uma ligação instintiva e cultural. Não! Tem o dedo divino. Verdadeiras mães amam num amor cuja fonte é o próprio Deus. O Criador plantou em seus corações de mãe um amor puro capaz de garantir e cuidar da vida. Testemunho o que vejo em Bethânia.
Pois bem, enquanto não amarmos como essas mães capazes de tudo pelos filhos, ainda não amamos. Quem ama não coloca empecilhos e barreiras ao amor. Ama por saber que a essência do verdadeiro amor é amar. Ama, pois assim Jesus nos amou.
Reze e peça: Jesus, dai-nos um coração semelhante ao Teu!
Fique na paz de Deus!
Pe. Vicente , scj
Disponível em: http://www.bethania.com.br/pt/artigos/artigo.php?artigo=agenciacatolica_NTE=
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