A presença de Maria é marcante em toda a Paixão de Jesus. Ela já estava ali, junto à Cruz. Não chegou de repente ao Gólgota. Aos pés da cruz solene e majestosa como uma Mãe, a mãe de todos, a nova Eva, a mãe dos filhos dispersos que ela reúne junto à cruz de seu Filho. Maria como mãe de Jesus assume implicitamente as dores de Jesus, realizando assim a profecia de Simeão, de que uma espada de dor transpassaria a sua alma.
A palavra de seu Filho que prolonga sua maternidade até os confins infinitos de todos os homens. Mãe dos discípulos, dos irmãos de seu Filho. A maternidade de Maria tem o mesmo alcance da redenção de Jesus. Maria contempla e vive o mistério com a majestade de uma Esposa, ainda que com a imensa dor de uma Mãe. São João a glorifica com a lembrança dessa maternidade. Último testamento de Jesus. Última dádiva. Segurança de uma presença materna em nossa vida, na de todos. Porque Maria é fiel à palavra: Eis aí o teu filho.
Conforme explica Padre Márcio Ribeiro, no Sábado Santo durante o dia a Igreja reflete as dores de Maria, ela que teve uma participação de suma importância na história da salvação. “A causa do martírio de Maria é o martírio do Redentor, sofrendo na sua alma as dores do filho que era suspenso na cruz”, acrescenta o javista.
Ele aponta que a Igreja reflete as sete dores de Maria: a profecia do velho Simeão; a fuga para o Egito; a perda de Jesus no templo aos doze anos na peregrinação a Cidade Santa; o caminho de Jesus para o Golgota; a crucificação de Jesus, a deposição da cruz e a sepultura.
O Sábado Santo está entre a memória da paixão e da ressurreição. Maria o preenche, porque nesse dia, toda a fé da Igreja está recolhida nela. Em seu coração recolhia-se toda a vida do corpo místico, do qual, sob a cruz, ela fora chamada a ser a mãe espiritual. Nesse dia ela carregou em seus ombros todo o edifício da Igreja. É essa a razão pela qual o Sábado torna-se o dia de Nossa Senhora. Este dia é consagrado a Nossa Senhora, porque é o último da semana cristã.
Série Semana Santa nº 08
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