Não acontece apenas no Brasil. O mundo inteiro anda de portas fechadas, cadeados, fechaduras, alarmes, guardas, muros com cacos de vidro, cães ferozes no pátio para se defender dos ladrões, dos assaltantes e dos assassinos. Eles invadem, roubam e, às vezes, seqüestram e matam. Voltou o banditismo com o seu poder de amedrontar. Voltou a violência organizada com lucros de trilhões de dólares. Não nos esqueçamos da violência estatal e suas guerras cuidadosamente arquitetadas. Refloresce o egoísmo, agoniza o altruísmo!
Mas é bom que todos saibam que guerras estratégicas por petróleo e hegemonia, assaltos, seqüestros e roubos silenciosos não são as únicas formas de violência que assustam o povo. Há o preço exorbitante, a exploração, o desvio de verbas, os bilhões em contas secretas, a filha seduzida, o filho drogado, o ponto de pó na esquina, o estupro, a ameaça de morte para quem falar, os pais que espancam, a babá que maltrata...
A insegurança determina a vida de bilhões de pessoas, milhões delas no Brasil. Quem não tem o conceito de pessoa, coisifica-se e coisifica os outros. Os violentos ou corruptos não se sentem iguais, acham-se mais. Por isso não olham suas vitimas como pessoas. Viram alvo e presa. É a lei da selva. Sentem-se leões ou hienas. Quando podem, atacam.
A Campanha da Fraternidade com o seu tema, que suponho já seja de todos conhecido: Fraternidade e Segurança Pública e seu Lema: A paz é fruto da justiça, entra de cheio no conceito de pessoa, de justiça, direitos humanos, paz e convivência. Seria maravilhoso se alguns dos nossos deputados e senadores que se consideram cristãos passassem uma lei que tornasse obrigatório o ensino da paz e da convivência nas escolas: do primeiro ano do primário ao ultimo ano de faculdade.
Sugerimos a matéria Subsídios para a Convivência ou Educação para a Paz. Há tanto que ensinar, que os doze a quinze anos de escola mal bastariam para formar um cidadão, que amanhã vai servir no comércio, na escola, nas ruas, na indústria ou num parlamento. Terá se formado na escola do “nós, o povo” e aprendido qual o lugar do “eu em meu povo”.
A Igreja do Brasil esta propondo exatamente isso: que nos reeduquemos para os outros; que o nosso “eu” se encaixe e não esmague; que não crucifiquemos e, sim, que tiremos da cruz; que ninguém se ache mais do que o povo e que cada brasileiro tenha recebido em família, na escola, nas igrejas, na mídia e nos outdoors suficiente motivação para ser mais pessoa, mais respeitador das pessoas, menos individualista, e menos egoísta. Queremos ou não queremos um Brasil menos violento?
Pe. Zezinho, SCJ
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