Se você não tem o hábito de assistir novelas, experimente, um pouco ao menos, observar o que nossos canais de televisão estão oferecendo, que idéias estão veiculando.
Tomemos com exemplo aquela novela do final da tarde, encarregada de perverter os adolescentes; seu nome é Malhação. Aí se ensina a desrespeitar os pais, mostra-se que família não tem nada a ver com casamento, a linguagem e o tipo de conversa são de dar pena e – pérola das pérolas – durante toda a semana passada um casal de adolescentes estava à procura de uma casa de amigos para sua primeira experiência sexual: a menina cabeça oca já “estava preparada” e, após sábios e ponderados diálogos com amigas mais maluquinhas que ela, tinha chagado à conclusão que estava pronta para “dormir” com o namoradinho. Tudo isso sem contar com outros casais adolescentes que são exibidos em cenas de agarra-agarra ou já com um filho prematuro arranjado em aventuras amorosas, cuja conta quem paga sempre são os pais dos dois sem-juízo...
Eis a televisão brasileira, primor de tecnologia e lixo de ideologia! Parece que existe um objetivo claro, certeiro e bem pensado de destruir valores: família, religião, Deus, honestidade, sacrifício, disciplina, renúncia, respeito... são temas completamente alheios à televisão brasileira. Se levarmos em conta que as novelas têm uma penetração marcante nos nossos lares, pode-se imaginar o estrago que todo este lixo televisivo provoca.
Quem achar que é um exagero, faça as contas: que programas realmente instrutivos nossos canais apresentam? Xuxa? Sílvia Popovic? O instrutivo Ratinho? O profundo Sílvio Santos? Os programas de Record, a TV evangélica, TV do “Reino de Deus? A verdade é que esses canais de TV apostam numa única coisa: audiência e têm um único fim: lucro... o deus de todos os canais!
Que fazer diante de uma tal situação? Sobretudo os pais têm o dever de tomar posição, sob pena de verem seus filhos altamente prejudicados depois! Há algumas possibilidades: filtrar o que assistir e o que evitar, discutir com os filhos aquilo que se viu e mostrar-lhes o quanto tudo aquilo está distante da vida real, do “show da vida” de cada dia; um outro caminho seria motivá-los a assistir a programas de canais como a Rede Vida ou também a Canção Nova, que são decentes. Sobretudo a Canção Nova, que tem forte apelo emocional, tão característico da nossa psicologia brasileira. Mas tudo isso não basta nem é fácil!
A verdadeira solução é exigir com urgência do omisso Governo brasileiro uma atitude! Em países do chamado Primeiro Mundo há um controle sobre a qualidade de programas de rádio e televisão. E lá, em países democráticos, ninguém chama isso de censura! Aqui se usa esta desculpa esfarrapada para deixar-se os meios de comunicação destruindo a consciência do nosso povo, sobretudo dos jovens! A Constituição brasileira prevê um conselho para tutelar o padrão cultural e educativo do que é veiculado pelas emissoras de rádio e televisão, mas até hoje isso não foi regulamentado. É que não interessa: não dá voto nem rende lucro.
Já é hora de cobrar isso, de exigir uma atitude! Seria interessante que os brasileiros que prezam a família e alguns valores fundamentais da vida começassem a exigir um compromisso dos políticos. Aí sim, as coisas caminhariam. A própria Igreja, as demais Comunidades Eclesiais cristãs e a OAB poderiam empenhar-se numa causa assim. Uma coisa é certa: algo deve ser feito! Caso contrário, veremos todos os dias entrar em nossas casas e perverter nossos jovens lixos como a Malhação.
Monsenhor Henrique Soares da Costa
Bispo eleito auxiliar de Aracaju.
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