quarta-feira, 22 de abril de 2009

OS PECADOS CAPITAIS NOS CEGAM PARA A REALIDADE.


O que era desejo natural se transforma em obsessão de coração



Testemunhamos ao longo da história da humanidade homens e mulheres que acreditaram em algo, investiram suas vidas no que parecia impossível e, mesmo sofrendo perseguições e desaprovação da maioria, não pouparam sangue, suor, nem lágrimas; e, ao final, venceram, conquistaram, provaram o que era a inspiração de suas vidas. Infelizmente, pessoas assim, de determinação, não são encontradas apenas fazendo o bem, trabalhando pelo benefício da humanidade, mas também no lado negro e sombrio dos homens, gente que usa dos seus atributos para levar o mal, prejudicar outras pessoas e até populações inteiras.


Segundo São Tomás de Aquino: “O Homem ao seguir qualquer desejo natural, tende à semelhança divina, pois todo bem naturalmente desejado é uma certa semelhança com a bondade divina”. E “A busca da própria excelência é um bem”.


Então é lícito, é justo que o homem siga seus desejos, suas aspirações, pois isso é dom de Deus. É natural e o natural do homem foi criado para o bem. Quando, então, é que isso se desvirtua? Quando é que o desejo se
transforma em mal? Pois do coração do homem também provém desejos malévolos.


Ainda citando São Tomás: “Todo pecado se fundamenta em algum desejo natural”. E “O pecado é desviar-se da reta apropriação de um bem” e também: “A distorção dessa busca é a soberba que, assim, se encontra em qualquer outro pecado: seja por recusar a superioridade de Deus que dá uma norma, norma esta recusada pelo pecado, seja pela projeção da soberba que se dá em qualquer outro pecado.”


Se refletirmos a partir dessas citações entenderemos que o pecado acontece pela distorção de algo bom, a pessoa quer o bem – para si e para outras pessoas – como numa aspiração de crescer enquanto ser humano, alcançando a estatura d'Aquele que o criou, mas acaba deixando que outros sentimentos influenciem sua maneira de pensar.


A soberba, o orgulho, a vaidade, enfim, os pecados capitais, entram em cena e o pensamento elevado de si mesmo provoca na pessoa o desejo de trabalhar pelo seu “status”, acreditando demais na sua capacidade e isolando Deus da sua vida.


Dessa forma, a boa intenção se transforma em pecado capital. O que era desejo natural se transforma em obsessão de coração.


Inteligência e sentimentos andam juntos na capacidade de tomar decisões. Às vezes, um destes tem de falar mais alto para haver equilíbrio de vida, mas sempre teremos essas duas vozes no nosso interior. Quando o vício capital entra nessas áreas, a distorção do que seria bom em nós é tão grande, que todas as realidades desse mundo não têm poder sobre os sentimentos, nem mesmo a inteligência da pessoa. Pelo contrário, o indivíduo age querendo impor o que está deturpado dentro de si ao exterior, ao meio em que vive. Fica ilhado numa realidade isolada, só sua, não enxerga, não percebe, por mais que todos vejam e lhe apontem. De forma que a pessoa segue no erro e está cega para a
razão, para o que é correto e verdadeiro.


Homens de grande potencial ficam à mercê de atitudes infantis e descabidas, acabam por ser vítimas de paixões platônicas, passam por cima de outros, agindo com injustiça e podendo até contrair dívidas enormes ou mesmo inclinar-se para uma vida de crimes. Fazem o mal sem perceber, julgam estar certos e continuam no erro, dormindo tranquilamente.


Somente um antídoto pode ser usado para não entrarmos nesse processo pecaminoso: A busca da humildade. Santidade, através da humildade, é que nos trará têmpera para aplicarmos conosco as virtudes capitais. Mas, para isso, é preciso querer e buscar, é um treino, diário e com luta. A humildade se alcança por meio do serviço ao próximo.


Maria serviu Isabel com seus préstimos e com sua experiência. A Palavra de Deus diz que: “Ela [Virgem Maria] deu à luz o seu filho primogênito, envolveu-o em faixas deitou-o numa manjedoura” (Lc 2, 7). Por ter servido a prima Isabel, Nossa Senhora aprendeu um ofício que Ela mesma iria precisar. O servir traz sabedoria.


Fazer-se menor do que os outros, mesmo tendo um cargo ou apreço maior, valorizando cada sofrimento e humilhação que se enfrenta. Não desperdice lágrimas derramadas. Ofereça-as a Deus pela sua conversão e peça um coração como o d'Ele, manso e humilde! O que os dias de hoje precisam é de corações que queiram assemelhar-se ao de Deus em pureza e retas intenções.


Você só terá a ganhar com isso, ganhará a salvação, ganhará almas para Deus e chegará à Sabedoria, a qual que vem do alto e conquista este mundo.


Deus o abençoe.





Sandro Ap. Arquejada
Canção Nova em São Paulo




Disponível em:
http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=11319

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