quarta-feira, 22 de abril de 2009

OS OLHOS DE UM PASTOR SOBRE A FAZENDA DA ESPERANÇA.


“Conheço a experiência desde seu início. Vi, jovens e mais jovens, com problema de drogas, álcool e outros, indo, cheios de problemas de toda ordem, e voltando das Fazendas da Esperança, recuperados.Em Garanhuns temos duas Fazendas da Esperança: Nova Santa Rosa, para a parte masculina com capacidade para 100 jovens; Santa Rita, para a parte feminina, com capacidade, no momento, para 30 a 40 candidatas, porém, com um potencial para, num futuro próximo, acolher até 100 ou mais. Inclusive, esta oferece uma experiência piloto, que é a de acolher jovens grávidas e mães com seus filhos pequenos, visto que anteriormente, as mesmas se separavam dos filhos e, como consequência, “morriam de saudades” mútuas.
A definição do que é uma Fazenda da Esperança, direi, encontra-se num hino muito cantado pelos jovens: “É coisa de Deus!”
Percebo isso, no clima que encontro no convívio entre os responsáveis e coordenadores das casas e os/as recuperandos/as e no acolhimento aos visitantes. Destes, tenho ouvido, normalmente, as mesmas palavras: “É um paraíso!” Sim, um paraíso, mas, ainda não celeste... É o modo como as pessoas se expressam para dizer que, a maioria fica surpresa a partir da ideia que tem de uma Fazenda da Esperança, e o que encontram na realidade.
Eu mesmo, nas minhas constantes visitas às duas Fazendas de Garanhuns e nas de todo Nordeste, dos quais sou encarregado para visitações, posso testemunhar que se trata de uma obra de Deus, que cresce constantemente. Vejo que a obra oferece uma esperança de vida nova aos que tem a graça de passar pelo menos seu ano, num clima de família. E muitos, depois, desejam como forma de gratidão ou como vocação, dedicarem parte de suas vidas ou mesmo definitivamente consagrando-se no serviço dentro das Fazendas da Esperança. Os jovens que se apresentam, em geral, carregam chagas profundas do passado, mas, uma vez que encontram um clima de fraternidade, desenvolvem admiravelmente seus dotes muitas vezes, escondidos por falta de ambiente e oportunidade” (Dom Irineu Roque Scherer – Bispo em Santa Catarina).
Normalmente, a procura é maior do que a oferta. Há pedidos e mais pedidos de abertura de novas Fazendas da Esperança. O problema das drogas aumenta constantemente. Atualmente, o setor feminino apresenta índices no mesmo nível do masculino. Posso dizer, pela experiência, que, a Diocese que acolhe uma Fazenda da Esperança, terá que se empenhar no acolhimento e na manutenção da mesma, mas também verá a abundância dos dons do alto manifestarem-se em profusão.
Dom Antônio Muniz.
Arcebispo Metropolitano de Maceió.

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