O cristão deve se preocupar em santificar as relações sociais
Você já percebeu o que se diz de racismo, neste país de meu Deus? O que se fala contra e a favor, o que se diz de piadas, galhofas, gracejos e assuntos de mau gosto? Racismo, preconceito, rotulação, no fundo, tudo significa a mesma coisa. Há ainda outro termo que podemos usar com muita propriedade: ‘machismo’, isto é, prepotência, tanto para o homem como para a mulher. Por que será que temos a necessidade de auto-afirmação, desprezando as necessidades dos outros, que são as mesmas que as nossas? Do ponto de vista cristão, isso é, pelo menos, descaridade, falta de amor.
Notamos, pela história, que desde o século VI a.C., alguns legisladores tentaram solucionar esse conflito entre os homens, mas as injustiças continuaram. Já Aristóteles afirmava que a primeira tarefa da justiça era igualar os desiguais. Marx afirmava que a igualdade só se tornaria um direito concreto quando não houvesse escravos, servos e assalariados explorados, mas fosse dado a cada um segundo suas necessidades e segundo seu trabalho.
Na modernidade, com as Revoluções Inglesa (1644) e Francesa (1789), tivemos um aceno mais positivo para o homem e, mesmo assim, os problemas continuaram. Como é difícil viver em sociedade! Facilmente nos esquecemos de que para o homem não basta a sobrevivência, é necessária a felicidade, pois foi criado para isso! Contudo, estamos longe desse processo educativo que nos transmite os valores mais supinos, e nos aferramos a idéias estapafúrdias e antiéticas em relação ao nosso semelhante.
Na medida em que negligenciamos as regras de uma salutar convivência, perdemos nossa liberdade e, nessa perda, ficamos à deriva, desprovidos desse atributo humano. Tornamo-nos embrutecidos, escravos tentando escravizar, e a guerra continua. Aliás, é o que atualmente presenciamos e vivemos, não só neste país, como em todas as nações. Perdemos os valores, ou pelo menos, a noção deles. Urge resgatar o caráter cultural e histórico da moralidade, dos costumes, da ética, sob pena de perecermos. Já diziam os mestres espirituais: Ars artium, regimen animarum, ou seja, "conduzir as pessoas é a arte das artes".
Somos egoístas; nossa natureza é frágil, mas não devemos nos amoldar aos desejos que tínhamos no tempo da nossa ignorância e do nosso desconhecimento (Cf. 1Pd. 1,14). A partir da consciência cristã de uma ética que o realize e santifique, não é possível ao homem gastar seus dias procurando fugas e banalidades. O cristão deve se preocupar em santificar as relações sociais, explicitando seus valores internos no meio em que vive.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem diz que todos os homens nascem livres e iguais em direitos, são dotados de razão e consciência, e devem proceder uns para com os outros em espírito de fraternidade. Todo homem tem o direito de ser reconhecido como pessoa e o direito contra qualquer discriminação. [...] Gozar os direitos e as liberdades sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua e religião. [...] Todo homem tem direito de ser reconhecido, em todos os lugares, como pessoa perante a lei (Art. 1, 2).
Empenhemo-nos contra os atentados que geram tensões entre os indivíduos e a sociedade.
Clives Sanches
Comunidade Aliança Canção Nova.
Disponível em: http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?id=&e=4801
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