Ainda não terminou a Quaresma, mas já entramos na grande semana, a Semana Santa. No tríduo sagrado, no final dessa semana, nós celebraremos o grande mistério da morte e ressurreição de Jesus, fato que abriu as portas do céu para toda a humanidade e selou a nova e eterna aliança de Deus com as criaturas.
O evento pascal, que celebramos nessa Semana, abriu o caminho da paz e da alegria para todos nós, mostrando como se pode viver na harmonia existencial, na concórdia e na unidade, pois tudo foi calcado na justiça e no amor.
Infelizmente, mesmo depois de mais de dois mil anos, a mensagem e a ação de Cristo parecem distantes para muitos e desconhecidas para muitíssimos. Mesmo entre cristãos, a voz de Jesus parece ressoar num deserto!
Durante toda a Quaresma, a Igreja católica, no Brasil, pregou, alto e em bom som, a paz, a segurança pública, a justiça. Fizeram-se caminhadas, encontros, pregações, missas, cartazes, convocações pela mídia e foi, justamente nesse tempo, que dois bons padres, um deles já Bispo eleito, foram assaltados, batidos, feridos, maltratados sem a menor culpa e no cumprimento de seu ministério sacerdotal.
Foi justamente nesse tempo que outro padre foi vilipendiado e tornou-se matéria de comentários maldosos, até pela Internet, pelo simples fato de estar brincando e dançando entre algumas pessoas. O padre não estava bebendo, não estava fazendo sexo, apenas se divertia sem maldade, mas isso foi o suficiente para que alguém, talvez cristão, achasse por bem que poderia jogar na lama a sua vida. Dois padres zelosos e um Bispo eleito bons foram maltratados em plena Quaresma! É pena que muita gente se esquece que tem telhado de vidro e cauda de palha!.
Nessa Semana Santa, temos muito que pensar, meditar e rezar, pois a Paixão e Morte de Jesus para muitos, muitos mesmo, até para muitos que se dizem católicos, parecem que não existir ou estão esquecidas.
Mons. Pedro Teixeira Cavalcante.
Doutor em Teologia e pároco da Paróquia do Divino Espírito Santo - Arquidiocese de Maceió.
Disponível em: http://gazetaweb.globo.com/v2/gazetadealagoas/texto_completo.php?cod=144757&ass=48&data=2009-04-05
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